domingo, 29 de abril de 2012

Sistema Imunológico – Mecanismos de defesa

POSTAGEM. Berto. Robersonn Jhones, NOGUEIRA.

Resenha
As defesas contra os microrganismos dependem da capacidade do indivíduo produzir substâncias e células do sistema imunológico. Para que isso ocorre todo o indivíduo deve estar bem nutrido e ter o sistema genéticamente integro. A primeira linha de defesa ocorre localmente com secreções normais, seguida de migração local de células de defesa, especialmente macrófagos e numa terceira fase agentes sistêmicos (células e imunocomplexos), que chegam ao local da infecção via sangüínea ou intersticial (sistema linfocitário).
Mecanismos de defesa local – A primeira barreira de defesa contra as agressões por agentes patogênicos (fungos, bactérias e fungos) são as substâncias contidas nos mucos e secreção normais do organismo, como saliva, oleosidade da pele, mucos das vias aéreas e vias urinárias. Este tipo de defesa não é específico, ou seja, combate qualquer agente, e consegue impedir sua ação patogênica, se estes forem em pequeno número. As fases seguintes dependem dos mecanismos sistêmicos de defesa, tanto celular, como humoral.
A figura abaixo ilustras dois fenômenos de defesa, os leucócitos atravessando a parede do vaso (diapedese leucocitária) e indo em direção aos agentes infecciosos (bactérias de coloração azul), na parte superior do desenho, e a reparação da parede do vaso com aglomerado de plaquetas e formação de fibrina (elementos e filamentos em azul) na parte inferior do desenho.
Imunologia
Na barreira inespecífica destaca-se os macrófagos, célula fagocitária, cuja captação dos microrganismos são facilitadas pelas opsoninas (do grego, opsono = preparar comestíveis para). Via de regra, a imunoglobulina G (IgG) específica é a mais efetiva opsonina para os macrófagos, mas o componente do complemento C3b promove a captação de muitos microrganismos quando o anticorpo se encontra com título baixo e insuficiente.
O macrófago, também, pode destruir alguns microrganismos na ausência de opsoninas, desde que ocorra ligação direta entre seus receptores e as bactérias, por exemplo, com algumas espécies de Staphylococcus aureus.
Para que ocorra fagocitose dos microrganismos capsulados (Ex. S. pneumoniae, H. influenzae, E. coli e P. aeruginosa), há necessidade da ação do sistema de complemento e anticorpo.
Agentes facilitadores dos macrófagos – O macrófago amplifica a resposta inflamatória, secretando lipídeos bioativos e glicoproteínas com propriedades quimiotáticas e imunorreguladoras, como os leucotrienos, prostaglandinas, interleucinas (IL-1), interferons, fator de necrose tumoral (TNF) e o fator estimulador de colônias.
O macrófago também produz proteases e antioxidantes que protegem o indivíduo. Possui capacidade de apresentar antígenos e iniciar a reação de imunidade celular e humoral. O uso de corticóide pode piorar a produção dos mediadores inflamatórios pelo macrófago, aumentando a freqüência e gravidade das infecções.
Mecanismos de defesa sistêmico celular – No mecanismo de defesa sistêmico celular os neutrófilos são essenciais tanto contra infecções bacterianas, como fúngicas. Sabe-se que o neutrófilo possui armas poderosas para combater bactérias, entre elas as reações da cadeia respiratória, que geram produtos decorrentes da redução do oxigênio e da liberação por seus grânulos de proteínas microbicidas, como a lisozima, a lactoferrina, o fator bactericida estimulante da permeabilidade de membrana, as defensinas e as proteases.
Muitos destes produtos são liberados no meio extracelular em que pode haver microrganismos resistentes à fagocitose inicial dos macrófagos. Embora os neutrófilos destruam muitos microrganismos mais eficientemente que o macrófago, a colaboração da fagocitose também é importante na defesa do hospedeiro. Esta atividade antimicrobiana dos neutrófilos é estimulada pelo TNF, IL-1 e outros fatores liberados pelos macrófagos descritos acima. A eliminação de vários microrganismos requer ação sinérgica dos vários tipos de células com capacidade fagocitária.
Recrutamento das células sangüíneas de defesa – O processo infeccioso estimula o recrutamento dos neutrófilos através de várias vias. Em uma delas ocorreria liberação de peptídeos pelas bactérias com capacidade de estimular a adesão e migração dos leucócitos. Além disso, a ativação pelas bactérias da via alternativa do complemento gerando C5a, que também é potente fator quimiotático, facilita a migração dos neutrófilos.
Após o recrutamento dos neutrófilos da corrente sangüínea para a região lesada se dá então o acoplamento delas ao endotélio capilar. Este processo é mediado por moléculas determinantes de aderência, também chamadas de moléculas de adesão, tais como moléculas de adesão leucócito-endotélio (ELAM), moléculas de adesão interstício-celular (ICAM), selectinas, dentre outras. Como resultante desta interação reversível, os neutrófilos se acumulam na superfície das células endoteliais através da ação de várias substâncias mediadoras como o fator de ativação plaquetária (PAF), óxido nítrico (NO), prostaglandina E (PGE), interleucina-1 (IL-1), interleucina-8 (IL-8) e fator de necrose tumoral. Finalmente, os neutrófilos migram através da parede dos capilares para o local da infecção.
Mecanismos de defesa humoral
A resposta imunológica específica (defesa humoral) é uma complementação da resposta inflamatória celular contra antígenos específicos dos agentes infecciosos.
A imunidade humoral é feita pelo linfócito B (com a produção de anticorpos) que, após ativação e diferenciação em células plasmáticas estimuladas por linfocinas produzidas por linfócitos T.
Bactérias como Pneumococo, H. influenzae, Neisseria sp e alguns gram-negativos são patógenos extracelulares que se multiplicam independentemente nas células do hospedeiro, e só são destruídas pelos fagócitos quando opsonisados por anticorpos específicos da classe das imunoglobulinas que são produzidos pelos plasmócitos, que se diferenciam dos linfócitos B após reconhecerem o antígeno específico.
A ligação dos microrganismos à IgM e IgG ativa a via clássica da cascata do complemento, facilitando a ingestão pelos fagócitos, assim como a lise mediada pelo complemento, das bactérias suscetíveis. A IgG tem poder de opsonisação muito maior que o complemento, promove a fagocitose através dos receptores Fc no macrófago e no neutrófilo. Da mesma forma que a IgA, a IgG e a IgM também contribuem na defesa contra os vírus.
A IgG possui atividade anticorpo contra vários microrganismos. Na resposta imune primária o anticorpo específico aparece no sangue apenas entre cinco e sete dias após o início da infecção. Quando imunizados previamente, tanto a IgG como a IgM, aparecem poucas horas após a infecção como resultante da exsudação plasmática.
Imunidade celular
A imunidade celular é essencial na defesa do hospedeiro contra patógenos intracelulares (vírus), que são capazes de se multiplicar no interior do macrófago parasitando-a.
A imunidade celular depende da interação entre o linfócito T e o macrófago para controlar as infecções. A indução da imunidade celular necessita da apresentação do antígeno microbiano pelo macrófago (célula apresentadora de antígeno) ao linfócito T, que promove uma expansão clonal de antígenos específicos sob a influencia da IL-1, IL-2 e outras citocinas.
A célula T ativada produz linfocinas que estimulam a produção de anticorpos e aumentam as vias microbicidas das células fagocitárias (resposta TH2). A ativação da célula T pode levar linfócitos citotóxicos a promoverem a lise das células do hospedeiro, invadidas por microrganismos. Tanto os linfócitos T auxiliadores (CD4+) como os linfócitos T supressores (CD8+) participam deste processo.
A ligação da IgG aos antígenos virais nos receptores Fc promove a destruição das células infectadas pelos virus por meio da ação das células Natural Killer (NK), pelos linfócito T citotóxico e pelos fagócitos. Este processo é conhecido como citotoxicidade.
Os linfócitos T auxiliares CD4+ reconhecem o antígeno presente, através das moléculas classe II do complexo maior de histocompatibilidade (MHC) e são as maiores fontes de interferon gama, principal linfocina ativadora dos macrófagos (resposta TH1), na resistência às infecções intracelulares.
Os linfócitos T supressores CD8+ reconhecem o antígeno através das moléculas classe I dos complexos maiores de histocompatibilidade (MHC), promovendo a atividade citotóxica contra as células infectadas e produzindo linfocinas reguladoras.
As células natural Killer (NK) também contribuem nesta linha de defesa, são linfócitos não antígeno-específico, mas quando ativados pelas citocinas, como o TNF, IL-1 e IL-2, liberam interferon gama que lisam células infectadas.
Com este breve resumo podemos imaginar quão complexo é o sistema de defesa do organismo humano e incrível grau de sofisticação e inter-relação entre eles.
Referência:
Schultz RM, Liebman MN – Cap.9 Proteínas Parte II: Relações Estruturais -Função nas Famílias de Proteínas (Moléculas de Anticorpo), In: Devlin TM Coord. – Manual de Bioquímica com correlações clínicas. Editora Edgard Blücher 2003.
Sociedade Brasileira de Imunologia [on line]

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