POSTAGEM. Berto. Robersonn Jhones, NOGUEIRA.
Com mais de 70% da superfície da Terra coberta por água, é um paradoxo pensar que a escassez deste elemento já é realidade em muitas partes do Planeta. É que somente uma pequena parcela é formada por água doce. Enquanto não existe uma forma barata de tornar potável a água do mar, é bom saber que ele só é salgado porque os oceanos são o ponto final do ciclo da água em nosso planeta, explica o oceanógrafo Ricardo Cardoso, do Aquário de São Paulo.
Salinidade do Mar

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A água do mar existente em todo o planeta apresenta uma salinidade de 35, ou 3,5. Isto significa que, a cada litro de água, há 35 gramas de sais nele dissolvidos. A presença de sais nos oceanos e mares é a razão pela qual se diz que o mar é salgado, e é o fator que torna a água imprópria para o consumo. !!Os principais íons salinos são: Cloreto, sódio, sulfato, magnésio, cálcio e potássio, sendo mais abundantes o cloreto e o sódio, que numa combinação química, transformam-se em cloreto de sódio.
O nível de salinidade no planeta é variável. Os mares mais salinos do mundo são o Mar Vermelho e o Mar Morto (ambos localizados no Oriente Médio), e o menos salino é o Mar Báltico.
O mar Vermelho é um golfo, pertencente ao oceano Índico. É o mar mais salino do mundo, com salinidade de 43 por 1000. Este fato se deve à elevada temperatura e conseqüente taxa de evaporação, assim como ao baixo índice de precipitação. A constante atividade vulcânica, neste ambiente marinho, e a existência de montanhas ricas em minerais, nas suas proximidades, provavelmente, também, dão origem a sua elevada salinidade.
O mar Morto é um grande lago, represado entre colinas, situado na parte mais baixa do Rio Jordão. É considerado uma salmoura, em virtude do alto teor de sais, como o enxofre, magnésio, sódio, potássio, entre outros. Sua constituição é natural, ou seja, não está relacionada com ações humanas. Entre os fatores contribuintes para sua natureza salina estão: a alta evaporação, pois o que diminui é a quantidade de água e não de sais; e a sua condição geográfica (sendo fechado), que não permite fluxo de águas doces.
Em contrapartida, o Mar Báltico, como havíamos mencionado, é mar menos salino do mundo. Apresenta concentração de sais, numa proporção de 10 por 1000. Nos últimos 30 anos, o mesmo sofreu degradação ambiental, tendo suas águas contaminadas por substâncias tóxicas, como pesticidas, metais pesados e compostos clorosos, prejudicando assim, o nível de oxigenação do mar. Possivelmente isto também tenha afetado a quantidade de sal, nesta região. A sua maior quantidade de sais e oxigênio depende da entrada de águas do estreito de Kattegat.
Os dados obtidos acerca dos referidos mares, confirmam as hipóteses levantadas em todas as referências bibliográficas, citadas anteriormente.
Origem da salinidade do mar
A salinidade possui várias origens, são elas:
Parte dos minerais encontrados nos mares e oceanos advém do desgaste das rochas da crosta terrestre, através da erosão, e das substâncias liberadas pelas erupções vulcânicas. Materiais estes que são transportados até os mares e oceanos, pelas chuvas e rios.
As atividades vulcânicas do ambiente marinho também contribuem, fortemente, para a formação dos íons salinos;
Os sais ainda podem originar-se das fendas geotermais, localizadas nas camadas mais profundas dos oceanos, entrando, assim, em contato com o interior da crosta terrestre, dissolvendo materiais.
Fatores favoráveis à salinidade:
Nakata e Coelho (1986) apontam como fatores favoráveis à salinidade, algumas condições climáticas e geográficas. Para estes, a salinidade é maior em áreas que apresentam clima mais elevado, nível baixo de pluviosidade, ventos constantes, entre outros. Desta forma, as águas dos mares, situados em regiões tropicais, são mais salinas. O contrário se observa em regiões polares, onde o índice de evaporação é muito baixo.
De acordo com a revista Super Interessante (2005, ed 35, p.26 e 27) o vento contribui para aumentar a salinidade do mar da seguinte forma: através do ciclo da água na natureza, 84% do total da água evaporada na atmosfera sai dos mares e oceanos. Entretanto, em decorrência da ação do vento somente 77% dessa água, que cai em forma de chuva, retorna para os mesmos.
Em contrapartida, nos rios, essa proporção é diferente, pois estes contribuem com 16% da água evaporada no planeta, recebendo de volta, com a ação dos ventos, 23% de água. Sendo que para manter em equilíbrio a natureza, os rios deságuam no mar, carregando consigo íons que se desgrudam das rochas dos seus leitos. Chegando no mar, estes íons se unem a outros ali existentes, resultando assim, em substâncias, como o cloreto de sódio. Entretanto, esse sal não se evapora acumulando-se, durante milhares de anos, nos mares e oceanos.
Mudanças substanciais na salinidade das águas de nosso Planeta
De acordo com, Capriles (2004), nas últimas décadas estão ocorrendo severas mudanças na salinidade dos oceanos. Segundo um informe datado de 2003, elaborado por cientistas, como Ruty Curry da Oceanographic Institution, os oceanos estão se tornando mais salgados, nas proximidades da linha do Equador e mais doces nos pólos.
O informe é resultado da obra de centenas de pesquisadores e de algumas dezenas de instituições especializadas em mudanças climáticas e oceanografia. No relatório de investigações, estes pesquisadores descobriram que a evaporação dos oceanos cresce simultaneamente à elevação da temperatura do Planeta, ocasionando ao mesmo tempo, o aumento da salinidade em regiões tropicais e subtropicais, e o aumento de água doce nas regiões polares.
Em outros termos, quanto maior é a temperatura global, maior será a evaporação do mar. Quando esta evaporação ocorre nas áreas tropicais, a água se torna mais salgada, porque o índice de precipitações pluviométricas é baixo, dificultando o retorno da água pelo ciclo da chuva, assim, os mares mantém uma concentração elevada de íons salinos, e acabam perdendo seu volume de águas doces.
Pelo contrário, nas regiões polares, o índice de pluviosidade é elevado. A evaporação nestas regiões contribui mais ainda para o aumento de chuvas e por conseqüência, também, para o aumento volume de águas doces.
O estudo revelou que a partir de 1990, o processo de alteração dos índices de salinidade acelerou, coincidindo com os registros das mais altas temperaturas do planeta. Registrou-se por exemplo, o aumento na evaporação no oceano atlântico de 5 a 10 por cento, nos últimos 40 anos.
O aquecimento global, mais conhecido como efeito estufa, tem como um dos fatores principais, o alto índice de poluição atmosférica.É desta forma, que podemos deduzir, que a poluição, indiretamente, contribui para a elevação da salinidade, nas regiões tropicais e subtropicais do planeta. As trocas de vapor de água doce entre as latitudes cálidas e os pólos, ainda mantém o equilíbrio da distribuição das águas por todo o planeta. Mas ao longo dos anos, com o aumento incessante do aquecimento global, este equilíbrio poderá ser comprometido gravemente.
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